Quando contrata um crédito, seja para habitação, automóvel ou outra finalidade, uma das decisões mais importantes que terá de tomar é sobre o tipo de taxa de juro a escolher: fixa, variável ou mista. Cada uma destas opções tem características distintas que podem impactar significativamente o custo total do seu empréstimo. Por isso, é essencial entender bem estas diferenças para tomar uma decisão informada. Neste artigo, vamos explorar cada tipo de taxa de juro, destacar as suas vantagens e desvantagens, e dar algumas dicas para ajudá-lo a fazer a melhor escolha.

Diferenças entre taxas fixas e variáveis

A escolha entre uma taxa fixa, variável ou mista pode ser desafiadora. Vamos aprofundar as características principais de cada uma:

O que é a taxa fixa?
A taxa fixa é uma taxa de juro que se mantém constante ao longo de todo o contrato de crédito. Isto significa que a sua prestação mensal não muda, independentemente das oscilações do mercado financeiro, como a Euribor. Este tipo de taxa é geralmente definido pelo banco com base nos valores de mercado vigentes no momento da contratação do crédito.

O que é a taxa variável?
Ao contrário da taxa fixa, a taxa variável altera-se ao longo do contrato, acompanhando as flutuações da Euribor. Isto significa que, se a Euribor subir, a sua prestação mensal aumenta, e se descer, a prestação diminui. A revisão da taxa variável é feita em intervalos definidos por si, podendo ser a cada 3, 6 ou 12 meses. A escolha do intervalo afeta o custo final da taxa, sendo que o prazo de 12 meses geralmente resulta numa taxa Euribor mais elevada.

O que é a taxa mista?
A taxa mista combina as duas opções anteriores num único contrato. No início, o crédito tem uma taxa fixa por um período determinado (que pode ser de 2 a 30 anos), e após esse prazo, passa a ser indexado a uma taxa variável.

Vantagens e desvantagens de cada opção

Agora que já conhece as diferenças, vamos analisar os prós e contras de cada tipo de taxa:

Taxa Fixa

Vantagens:

  • Previsibilidade: Mantém a prestação mensal constante, facilitando o planeamento financeiro.
  • Proteção contra oscilações: Evita surpresas relacionadas a aumentos da Euribor.
  • Gestão orçamental simplificada: Ao ter uma prestação fixa, o controle do orçamento é mais fácil.

Desvantagens:

  • Juros inicialmente mais elevados: As taxas fixas costumam ser mais altas, especialmente em períodos de baixa Euribor.
  • Menos flexibilidade: Não permite aproveitar possíveis quedas na taxa de juro.

Taxa Variável

Vantagens:

  • Juros potencialmente mais baixos: Pode beneficiar de juros menores quando a Euribor está baixa.
  • Maior flexibilidade: Possibilidade de redução nas prestações mensais em caso de queda da Euribor.
  • Comissões de pagamento antecipado menores: Geralmente, são mais baixas do que nas taxas fixas.
  • Maior flexibilidade nas renegociações dos contratos à posterior junto do próprio banco ou com o restante mercado: as comissões de transferência dos HP’s para outros bancos só são suportadas em caso de taxa variável (0,50%), caso contrário o cliente terá de assumir essa comissão (ou o diferencial da comissão).

Desvantagens:

  • Prestação instável: As flutuações da Euribor podem fazer a prestação variar bastante.
  • Maior incógnita: Dificuldade em prever o custo total do empréstimo devido à volatilidade das taxas.
  • Maior risco: Em períodos de alta de juros, as prestações podem subir consideravelmente.

Taxa Mista

Vantagens:

  • Estabilidade inicial: Oferece a segurança de uma taxa fixa no início do contrato.
  • Aproveitamento da descida da taxa: Possibilidade de poupança quando a Euribor desce, após o período da taxa fixa.
  • Facilidade na aprovação do crédito: Critérios de aprovação podem ser mais flexíveis devido à previsibilidade inicial das prestações.

Desvantagens:

  • Juros mais elevados no início: As primeiras prestações tendem a ser mais altas devido à taxa fixa inicial. No entanto, devido à atual inversão das taxas de juro e à previsão de uma possível queda a curto/médio prazo, as taxas mistas estão a oferecer ao cliente uma opção de juro mais competitiva.
  • Risco na transição para taxa variável: A mudança pode ocorrer num momento desfavorável do mercado, resultando em aumentos das prestações.

Como escolher a melhor taxa de juro?

Para fazer a melhor escolha, é essencial considerar alguns fatores cruciais:

  • Orçamento: Avalie a sua capacidade financeira e o quanto pode suportar de variação nas prestações.
  • Personalização: Determine o nível de controlo que deseja ter sobre o seu crédito e o quanto está disposto a arriscar.
  • Prazo do empréstimo: Pense no tempo que planeia manter o crédito e nas suas expectativas de estabilidade financeira.
  • Risco e retorno: Entenda o nível de risco que está disposto a assumir e as oportunidades de poupança que pode obter.

Desmistificando algumas ideias comuns

“A taxa variável é sempre a opção mais barata”
Embora a taxa variável possa ter sido mais vantajosa durante períodos de Euribor baixa, a recente alta nas taxas pode tornar essa opção menos atrativa. Dependendo do tempo que essas taxas se mantêm elevadas, uma taxa fixa pode ser mais económica ao longo do contrato.

“A taxa mista é ideal para todos”
Não existe uma solução única que se aplique a todos. A escolha da taxa ideal depende das suas necessidades, situação financeira e tolerância ao risco. É importante considerar todos esses aspetos para fazer uma escolha informada.

Escolher a taxa de juro certa para o seu crédito pode parecer complicado, mas com a informação certa, pode tomar uma decisão que se adapte melhor às suas necessidades. Lembre-se de comparar as ofertas de diferentes instituições financeiras e, se necessário, contar com a ajuda de um especialista.

Se precisar de apoio na análise das opções disponíveis, a TopDeal está aqui para ajudar. Oferecemos simulações de crédito e consultoria personalizada, de forma totalmente gratuita e imparcial, para garantir que faz a melhor escolha possível. Use o nosso simulador de crédito habitação gratuito e veja qual a melhor taxa para si. Estamos ao seu lado para transformar a complexidade em segurança financeira.

Partilhe o artigo