As Ações são partes de capital de empresas. No fundo, é como se a empresa estivesse dividida em pequenas partes. Isto permite que pessoas sem poder financeiro para comprar empresas na sua totalidade possam comprar essas empresas, ou partes da empresa, de acordo com a sua capacidade financeira. O Sr. Warren Buffett diz que quando vê alguém a beber uma Coca-Cola sabe que uma pequena parte daquela lata lhe pertence. Os acionistas são detentores de uma percentagem da empresa de acordo com as ações que possuem. Aqui não existe valor mínimo ou máximo e as ações valem o que alguém estiver disposto a pagar por elas. Em Portugal é a Euronext quem possui a sala de negociações e publica ao segundo o valor da última transação feita. As maiores empresas com sede em Portugal estão aglomeradas no PSI20.

Por sua vez as Obrigações são títulos que representam um empréstimo às empresas. Como em qualquer empréstimo existe um prazo, um juro e um compromisso de reembolso. Ou seja, não existe risco de perda de capital, desde que a empresa não vá à falência ou deixe de existir. Neste caso o investidor não se torna detentor da empresa, apenas empresta dinheiro.

Para ser mais acessível e de mais fácil comercialização os títulos são emitidos com um valor nominal. Na emissão e no vencimento é esse o valor de transação. No entanto, no decorrer do prazo do empréstimo as Obrigações podem ser transacionáveis. O valor de compra e venda é decidido pelos intervenientes e pode ser diferente do valor nominal.

Um exemplo:

Obrigações do Tesouro a 3 anos com uma taxa de 2% e um valor nominal de 1.000€. O Sr. Vitor comprou 10 Obrigações e investiu 10.000€. A meio do prazo o Sr. Vitor precisa do dinheiro. Como o estado só paga no final dos 3 anos, ele decide vender a um amigo e estipulam um valor de venda diferente dos 1.000€, que pode ser superior ou inferior. Todavia, no final do prazo o amigo do Sr. Vitor receberá os 10.000€ mais juros do último ano.

Todas as obrigações são comercializáveis no decorrer do empréstimo, no chamado mercado secundário, um pouco semelhante ao que acontece nas ações, mas ao contrário dessas têm sempre o valor nominal como valor de referência.

Como perceber se uma Obrigação já emitida pode trazer rentabilidade?

Temos de calcular a chamada Yield To Maturity (YTM). Pegando novamente no exemplo das Obrigações do Tesouro, no final do primeiro ano estão a ser comercializadas no mercado secundário por 1030€, isto é, 3% acima do valor nominal. Como faltam 2 anos para o final, a sua YTM é de 1% porque ainda falta pagar 2 juros a 2%, que dá 4%, menos os 3% da sua valorização atual. Não esquecer que quem compra a meio do prazo por 1030€, recebe no final do prazo 1.000€ e perde esses 3%. Se no mesmo exemplo elas estão a cotar no final do primeiro ano a 1045€, este investimento não é de todo interessante porque vamos perder 0,50%. Atente que este exemplo é muito simplista porque não engloba outras questões, como impostos e comissões, que são muito importantes para um apuramento mais assertivo.

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