O impacto do novo conflito na Europa já ecoa nos créditos à habitação, nomeadamente nas opções de taxa fixa. Todos os bancos que utilizam as SWAP para cálculo e obtenção do valor da taxa fixa notaram uma acentuada subida de Fevereiro para Março. A título de exemplo, a SWAP a 30 anos, utilizada para financiamentos com o mesmo período, teve um agravamento na ordem dos 0.30%. Isto porque estas taxas medem o risco para períodos longos e esse risco tende a agravar em alturas de instabilidade.
Na prática, pedir hoje uma proposta de taxa fixa vem mais cara que em Fevereiro. Mesmo nos casos em que já existia carta de aprovação dos bancos no mês de Fevereiro e só foi escriturado em Março os clientes notaram uma prestação bem superior àquela apresentada anteriormente. Aliás, este será um risco nos créditos de taxa fixa a contratar durante esta fase de instabilidade que pode durar alguns meses. Se o mês da simulação/carta de aprovação não coincidir com o mês de escritura podem-se verificar significativas variações na prestação negociada.
O mesmo já não se verifica nas opções de taxa variável, uma vez que os indexantes (Euribor) pouco se alteraram. Foi, além disso, comentado pelo BCE que a intenção de subida de taxas, prevista para 2023, fica agora adiada devido à guerra.